O que é bruxismo?

É uma desordem funcional caracterizada pelo atrito e ranger de dentes de maneira ritmada, forte e involuntária. Também é chamado bruxismo o ato de manter os dentes constantemente apertados durante o dia ou noite.

Essa pressão costuma ser tão forte que causa diversos problemas, como desgaste dentário, dor orofacial e disfunções da articulação temporomandibular (ATM).

Segundo a Associação Brasileira de Odontologia (ABO), o problema aparece em diferentes fases e por diferentes motivos. Em crianças, costuma ser mais comum dos 2 aos 4 anos; já nos jovens, dos 10 aos 12 e aos 18 anos. Acredita-se que seja pelas descobertas, modificações e aprendizados que ocorrem nessas fases.

Segundo pesquisa de 2016, estima-se que 15% a 23% das pessoas no mundo sofram do problema. Já a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 30% do mundo tenha bruxismo. No Brasil, o número seria próximo dos 40%.

Bastante comum durante o sono, grande parte dos portadores não sabe que passa pelo problema. De fato, muitas pessoas só descobrem porque o parceiro acordou com o barulho do ranger de dentes. Ou quando for bruxismo por apertamento dentário o paciente pode acordar com a língua edentada (com marcas de dentes nos bordos) e dores de cabeça.

Causas

As causas do bruxismo ainda não foram totalmente esclarecidas. No entanto, acredita-se que estejam relacionadas à saúde mental — principalmente ao estresse, ansiedade e tensão. O ranger de dentes seria uma forma de “eliminar” a pressão mental.

Sinais e sintomas, conheça alguns:

• ruído de ranger de dentes que pode ser ouvido por outra pessoa;
• dor de cabeça pela manhã, com dor principalmente na zona temporal;
• dor na região muscular da maxila e da mandíbula;
• dentes achatados, quebrados ou soltos;
• hipertrofia dos músculos masseteres;
• rigidez da mandíbula pela manhã;
• estalos ao abrir e fechar a boca;
• zumbidos e dores no ouvido;
• hipersensibilidade dentária;
• mordedura da bochecha;
• quebra de restaurações;
• interrupção do sono;
• recuo de língua.

Como funciona o botox para bruxismo?

Importante salientar que o botox não trata o bruxismo, mas sim pode entrar como terapia complementar.

Funcionamento do músculo.

Para que um músculo se mova, ele obedece a uma “ordem” vinda do cérebro. Essa ordem chega por meio de um estímulo — o neurotransmissor, emitido pelos neurônios. O neurotransmissor responsável pela comunicação cérebro-músculo é a acetilcolina, que envia aos músculos masseter e temporal (responsáveis pelo fechamento e apertamento da mandíbula) o comando para a movimentação.

E onde o botox para bruxismo entra nisso? Ele é um bloqueador dessa relação, que impede que a acetilcolina chegue ao músculo onde foi feita a aplicação da substância.

Isso significa que o indivíduo que receber botox para bruxismo vai ter problemas para mastigar ou falar? Não, pois, neste caso, as injeções visam diminuir a força feita na hora de apertar ou ranger os dentes, e não eliminar a movimentação muscular, como ocorre com os procedimentos estéticos.

Como o botox para bruxismo é feito?

O botox para bruxismo não requer uma preparação muito intensa por parte do paciente. O procedimento é simples e rápido. Portanto, o indivíduo não precisa esperar pelas férias para realizá-lo. Mas pequenos hematomas e dor local são comuns após a aplicação.

A aplicação será feita nos músculos masseter e temporal. Já a dose de cada aplicação vai variar conforme o tipo de toxina botulínica aplicada e o grau de bruxismo do paciente.

O procedimento é rápido: em meia hora, você estará liberado. No entanto, é preciso ter atenção: nada de realizar atividades físicas intensas no mesmo dia. Coçar a região também está proibido. Mas poderá dirigir e realizar atividades rotineiras de costume.

O botox para bruxismo dura de 4 a 6 meses. Por isso, é essencial reaplicá-lo conforme orientação do odontologista responsável.

Pode ser associado ao botox estético e realizado no mesmo dia.

Não deve-se aplicar a toxina com intervalo menor de 4 meses devido ao risco de desenvolvimento de resposta imunológica a toxina.